terça-feira, 12 de agosto de 2008

Bolsa Família tem desligamentos voluntários


Poucas vezes ouvimos falar dos benefícios do Bolsa-Família. De fato, o que está mais visível na mídia e na boca das pessoas - classe média e alta - são as críticas a projetos assistencialistas como este.
No entanto, a edição de ontem (11/08) do Estadão me surpreendeu. Uma matéria de página inteira falando de beneficiados do sistema que, ao melhorarem as condições de vida, pedem voluntariamente o seu desligamento.
A matéria já inicia com um diferencial, tendo na íntegra a pequena carta de uma beneficiária do programa em que pedia para ser desligada. Eis a carta abaixo:

"Bom dia! Eu, Sueli Miranda de Carvalho Silva, venho, por meio destas linhas, agradecer os idealizadores do Bolsa-Família, os anos que fui beneficiada. Ajudou-me na mesa, o pão de cada dia. Agora, empregada estou e quero que outro sinta o mesmo prazer que eu, de todo mês ser beneficiada. Obrigado."

Até agora, desde a criação do programa em 2004, constam mais 60 mil pedidos de desligamento, sendo a maior parte na região sul e sudeste. Dados como estes mostram que as pessoas não estão se acomodando, diferente do que está sempre na boca do povão.
O fato é que para a maioria das pessoas beneficiadas, uma renda extra no final do mês ajuda em muito no sustento da família. Portanto, para não perder o auxílio, a ida à escola torna-se um compromisso forte e constante para pais e filhos.
Para incentivar atitudes voluntárias de honestidade como esta, o governo permite que caso a família necessite novamente da bolsa, ela pode se reinscrever. Em outra situação, quando o governo verifica o aumento da renda, a família tem um prazo para ter a certeza de que conseguirá se manter e não voltar para a linha de probreza.
Claro que não podemos generalizar. Há muitas pessoas que se aproveitam do assistencialismo, mas tem muita gente que necessita e aproveita muito bem o benefício. O senso comum deveria deixar de ser senso comum, dissipando opiniões meramente anti lulistas.

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