quarta-feira, 29 de abril de 2009

Jornalismo Popular

No ponto de ônibus, na fila da padaria, na fila so SUS, da creche, do INSS. É taxista, pedreiro, doméstica, motorista. Esses são os lugares e as pessoas que leem o Notícia Já. O jornal de Campinas com mais ou menos uns três anos está em todos os cantos, nas mãos de muita gente. Confesso que tinha um legítimo preconceito com a forma como ele é feito, tanto na sua linguagem quanto em suas pautas. Além das suas fotos desnecessárias.
No entanto, há uns dias atrás, tive outra visão do jornal, quando me deparei com o seguinte conceito: esta é também é uma forma de educar o povo.

Seria esse um viés da teoria educacional de Paulo Freire, em que se parte da realidade e conhecimentos empíricos do educando para ensiná-lo? Paulo Freire alfabetizava a partir dos conhecimentos de seus alunos, por palavras que eles conheciam e que fazia parte de seu mundo.
Relacionei o pedagogo com o jornal popular. Se o povo, em grande parte é analfabeto funcional, não consegue interpretar o que lê, façamos um texto simples, coloquial, com linguajar popular, que povo conhece, ouve e fala.

Se as escolas fossem capazes de educar seriamente e com fundamentos fortes, não seria necessário fazer jornal popular. Dizem que a tendência do jornalismo é essa. Abranger um públicoalvo (grande público) que quer se informar, mas que nem sempre as informações corretas chegam até eles.
O jornalismo popular tem sua importância e talvez até maior do que imaginamos. A leitura e a informação chega e é recepcionada pelas classes menos favorecidas, que não querem saber de bolsa de valores, crise econômica, investimento empresariais. Essas pessoas querem saber quanto foi o aumento do pãozinho, a passagem de ônibus, do tapa-buraco.
Está na hora de repensar qual a forma de educar nesse país, porque se esperarmos do estado, parece que as coisas não vão mudar muito.


sexta-feira, 17 de abril de 2009

Vida em jogo

O cinema estava lotado. O filme: "Ele não está tão afim de você". Parece que todo mundo ali, a maioria mulheres - e o restante de homens presentes acho que somente as acompanhavam - queria descobrir o que sempre tentamos adivinhar.Um relacionamento é sempre um jogo, assim como a política, os negócios e tudo que pertence a este mundo e o faz funcionar.Não dizemos o que sentimos, para que eles (homens) não se sintam tão seguros de si, tenham medo de nos perder, não nos traiam. Não demonstramos nossos medos para mostrarmos mulheres bem resolvidas, assumidas, independente deles. E os homens, ah, esses "galinham", saem com todas pra mostrarem (muito menos para os outros e muito mais para eles mesmos) que são bons, machos seguros e imunizados de qualquer sensibilidade.A verdade é essa: jogamos. Sorrateiramente, colocamos nossas cartas sobre a mesa, damos sinais e tentamos interpretar os deles, mas na maioria das vezes, distorcemos tudo.Muito mais fácil e menos doloroso viver só. Você acorda a hora que quer, come quando quer, estuda, sai, dorme, lê, bebe, come quando quiser, sem ter alguém para dizer o porquê de tudo. E mesmo assim, continuamos em busca de alguém que mexa com nossos sentidos, aqueça nosso coração, segure a nossa mão, nos abrace apertado, seja nosso companheiro, nos faça amada e... nos deixe insanamente tentando decifrar os códigos que ele reproduz.A comédia trágica do filme, entra na mente dos homens e das mulheres. A loucura que é nossa mente contaminada por sentimentos. A cegueira que toma conta de nós quando estamos envolvidos. A justificativa que tentamos achar pra tudo. O porquê que ele não liga, o porquê que ele não pede em casamento, o porquê que ele não se envolve preferindo o morno, o quase.E mesmo contaminados por tantos dilemas, continuamos em busca. Será que Tom Jobim tinha razão quando escreveu: "fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho"?Não seria muito mais fácil se fossêmos, primeiramente, sinceros com nós mesmos? E os outros menos cruéis com nossa sinceridade?Vivemos de signos. Analisando cada gesto, cada jeito, cada expressão pra entender o que outro laguém sente pela gente. Quer da gente, pensa da gente.Preferiria que fosse tudo menos complicado. Preto no branco. Em pratos limpos. Sem tentar interpretar o que tudo isso, vasto mundo, quer me dizer ou o que eu quero ouvir.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Instabilidade

Eu não sei lidar com instabilidades, apesar de odiar rotina.
Isso eu sempre me pergunto ...
Num momento está tudo em plena paz, em outro o mundo desaba e nunca é previsível.
É ai que sofremos. Vemos nossos planos se evaporando feito a chuva de verão. Tudo o que é bom, de repente torna-se mágoa, lembrança, vontade de ser o que não foi. E não será. Ou talvez seja.

"palavras duras em voz de veludo. E todo muda, adeus velho mundo. Há um segundo tudo estava em paz"

sexta-feira, 3 de abril de 2009

de volta

Eu resolvi voltar, mas agora diferente.

É que falta onde colocar os meus anseios, minhas dúvidas, as coisas belas que me impulsa mais vida e as coisas brutas que acentuam meu senso crítico.
Não vou continuar presa às regras que eu mesma tracei para este blog. De notícia e técnicas de jornalismo, já me basta o meu dia (e por isso, dou graças a Deus!). Mas quero mais. Quero mais poesia, quero mais sentimento, mais revelações de mim para eu mesma, do que vejo e do que queria ver e está tão distante.

Já faz algum tempo que eu estou ensaiando este restorno, depois de meses de abandono. Mas me falta tempo, sobra cansaço e me desorganizo nas prioridades. Mas agora, na ativa novamente.