sexta-feira, 17 de abril de 2009

Vida em jogo

O cinema estava lotado. O filme: "Ele não está tão afim de você". Parece que todo mundo ali, a maioria mulheres - e o restante de homens presentes acho que somente as acompanhavam - queria descobrir o que sempre tentamos adivinhar.Um relacionamento é sempre um jogo, assim como a política, os negócios e tudo que pertence a este mundo e o faz funcionar.Não dizemos o que sentimos, para que eles (homens) não se sintam tão seguros de si, tenham medo de nos perder, não nos traiam. Não demonstramos nossos medos para mostrarmos mulheres bem resolvidas, assumidas, independente deles. E os homens, ah, esses "galinham", saem com todas pra mostrarem (muito menos para os outros e muito mais para eles mesmos) que são bons, machos seguros e imunizados de qualquer sensibilidade.A verdade é essa: jogamos. Sorrateiramente, colocamos nossas cartas sobre a mesa, damos sinais e tentamos interpretar os deles, mas na maioria das vezes, distorcemos tudo.Muito mais fácil e menos doloroso viver só. Você acorda a hora que quer, come quando quer, estuda, sai, dorme, lê, bebe, come quando quiser, sem ter alguém para dizer o porquê de tudo. E mesmo assim, continuamos em busca de alguém que mexa com nossos sentidos, aqueça nosso coração, segure a nossa mão, nos abrace apertado, seja nosso companheiro, nos faça amada e... nos deixe insanamente tentando decifrar os códigos que ele reproduz.A comédia trágica do filme, entra na mente dos homens e das mulheres. A loucura que é nossa mente contaminada por sentimentos. A cegueira que toma conta de nós quando estamos envolvidos. A justificativa que tentamos achar pra tudo. O porquê que ele não liga, o porquê que ele não pede em casamento, o porquê que ele não se envolve preferindo o morno, o quase.E mesmo contaminados por tantos dilemas, continuamos em busca. Será que Tom Jobim tinha razão quando escreveu: "fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho"?Não seria muito mais fácil se fossêmos, primeiramente, sinceros com nós mesmos? E os outros menos cruéis com nossa sinceridade?Vivemos de signos. Analisando cada gesto, cada jeito, cada expressão pra entender o que outro laguém sente pela gente. Quer da gente, pensa da gente.Preferiria que fosse tudo menos complicado. Preto no branco. Em pratos limpos. Sem tentar interpretar o que tudo isso, vasto mundo, quer me dizer ou o que eu quero ouvir.

3 comentários:

Anderson Botan disse...

adorei!

clap clap clap!

nem preciso falar mais nada sobre como me senti qdo vi o filme neh

Unknown disse...

Nossa Bru!!!

Adorei a sinopse, que vc colocou sobre o filme... é realmente tudo o que a gente passa quando esta apaixonada ou simplesmente afim de alguem.

Bjoo...

ADILSON JORGE disse...

Primeiro: parabéns pelo texto.

Segundo: Não assisti ainda esse filme, mas está nos meus planos.

Terceiro: Parece que quando seguimos a ideia do Tom Jobim, que é impossível ser feliz sozinho, nos lançamos desesperadamente a procura de alguém que nos complete, sem entender que antes de tudo temos que ser felizes com nós mesmo, para não depositar a nossa felicidade em outra pessoa. Isso evita que quando o amor termine - em qualquer dos lados - o mundo não perca a razão e possamos começar tudo novamente.

É só fazer o coração se acalmar que o amor vem.